Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

02/05/2024

Mitos (336) - Os jovens vivem pior do que os seus pais e avós

Fonte

Não vivem pior, vivem melhor, pelo menos os jovens americanos. Como se pode ver nos diagramas acima, não só os mais jovens têm nas últimas décadas sistematicamente aumentos salariais mais elevados (diagrama da esquerda) como, para as mesmas idades, o rendimento mediano a preços constantes das gerações mais recentes é sistematicamente mais elevado do que das gerações anteriores.

01/05/2024

O preconceito pode fazer parecer estúpido quem pode ser inteligente. A economia de causas

Outros exemplos de pessoas inteligentes que o preconceito fez passar por estúpidas.

Era uma vez a professora de Economia Susana Peralta, geralmente identificada com a esquerdalhada (1), que escreveu no Avante! da Sonae o artigo «Quando Portugal era mesmo pobre» onde, num exercício muito comum entre os praticantes da sua disciplina, se aplicou a distorcer a história usando a economia de causas, especialidade da ciência de causas, ignorando os dados disponíveis que contrariam a sua tese que consistia em tentar demonstrar que o Estado Novo, além de ser uma ditadura, foi uma fábrica de pobres mais produtiva do que o regime actual.

Para demonstrar a sua tese de que o Portugal dos finais do Estado Novo era «mesmo pobre», a Dr.ª Peralta usou o melhor da sua ciência económica a qual, contudo, não convenceu Henrique Pereira dos Santos que, como arquitecto paisagista especialista em conservação da Natureza, não tinha obrigação nenhuma de desmontar a tese da professora de economia como o fez fundamentadamente em três acutilantes posts (2) que a mim, economista por acidente, me pareceram irrefutáveis. 

No lugar da Dr.ª Peralta, se fosse professor de economia, pediria transferência para o departamento de Economia mediática.

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(1) Escreve regularmente no Esquerda Net o que a indicia como pertencente à mesma escola de pensamento do tele-evangelista professor Louçã e da Dr.ª Mortágua.

(2) "Concordo com o viva o 25 de Abril...", "Como é possível, Susana?",  "E por último"

30/04/2024

CASE STUDY: Imigração ilegal, uma prioridade transversal a toda a Europa

Bruxelas deveria prestar mais atenção às prioridades dos cidadãos europeus, em particular à imigração ilegal que como mostram as sondagens Ipsos para a Euronews publicadas há dias é um tema importante para quase 60%. 

euronews

E em todos os Estados membros, salvo Finlândia e Roménia, o combate à imigração ilegal é prioritário para a maioria. Para os portugueses, diferentemente do que a esquerda e os governos do PS têm propalado, a prioridade deste tema está acima média europeia é a terceira maior a seguir à Holanda e à Alemanha.

euronews

Considerando as tendências políticas, a importância do combate à imigração ilegal é mais alta, como seria de esperar, ao centro e à direita, no entanto, mesmo à esquerda é importante para a maioria da população.

euronews

29/04/2024

TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: Também me parece

«(...) parece-me que a razão que leva a que muitas escritoras femininas recebam menos reconhecimento do que aquele que desejariam não resulta do facto de serem mulheres, mas de terem sido convencidas a escrever como feministas. Quando o fazem, sujeitam a arte a objetivos políticos, escrevendo não para criar um livro de qualidade, mas para dar voz a uma visão política – logo, torna-se mais difícil que esses textos sejam reconhecidos como bons livros.»

Patrícia Fernandes no Observador

Sequelas da Nau Catrineta do Dr. Costa (4)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa» e do «Semanário de Bordo da Nau Catrineta».

A engenharia financeira do Dr. Medina vai levá-lo ao parlamento

O Dr. Medina vai ter de explicar ao parlamento como reduziu uns 9 mil milhões da dívida pública nos últimos dias do ano passado, em conivência com a ministra do Trabalho Dr.ª Mendes Godinho, obrigando o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social e a Caixa Geral de Aposentações (a SS dos funcionários públicos) a comprarem obrigações do Tesouro, fazendo o que João César das Neves descreveu como emprestar dinheiro a si mesmo para o gastar.

A gestão socialista transforma qualquer actividade lucrativa num elefante branco

A somar ao desastre da “estratégia de internacionalização” da Santa Casa de Misericórdia de que resultaram perdas estimadas em 20 milhões, enquanto o número de apparatchiks aumentava de cinco mil, incluindo 290 chefes, para seis mil, incluindo 348 chefes (fonte), as “raspadinhas” que têm contribuído que têm aumentado todos os anos e contam para mais de metade das receitas este ano estão a começar a cair.

O impacto do socialismo na economia - uma imagem vale mais do que mil palavras

Créditos Carlos Tavares (no jornal Sol)

Choque da realidade com a Boa Nova da redução da carga fiscal

Foi muito celebrada a Boa Nova do Dr. Costa e do Dr. Medina terem baixado 0,2% ao rácio de carga fiscal.


Foi menos celebrada a notícia da carga fiscal sobre o salário de um trabalhador médio solteiro em Portugal aumenta há cinco anos consecutivos, aumentou 0,13 pontos percentuais em 2023 e é 7,5 pontos percentuais superior à média da OCDE.

28/04/2024

O sistema português de pensões em termos comparativos

Se quisermos comparar o sistema de pensões português (englobando a segurança social e os fundos privados de pensões) com outros sistemas um bom instrumento é o Institute Global Pension Index da Mercer, uma multinacional de consultoria de gestão e recursos humanos.  O índice avalia 44 sistemas sistemas de pensões, en três dimensões: 

  • adequação (os benefícios que os futuros pensionistas provavelmente receberão);
  • sustentabilidade (a probabilidade do sistema actual suportar as adversidades demográficas e financeiras futuras) e 
  • integridade (confiança inspirada pela regulação dos fundos privados de pensões).

Mercer CFA Institute Global Pension Index 2023

Como mostra o diagrama, em termos de adequação e integridade (dos fundos privados de pensões), o sistema português está bem posicionado. O problema sério é em relação à sustentabilidade, como aqui no (Im)pertinências se tem vindo a demonstrar em dezenas de posts (ver etiqueta "pensões").

27/04/2024

Dúvidas (371) - Não será um poucochinho exagerado? (8) - O surto inovador e inventivo que nos assalta

Continuação de (1), (2), (3), (4), (5), (6) e (7)

Esta série de posts é dedicada a demolir o mito das patentes que pretende exaltar a suposta inventividade inata no Portugal dos Pequeninos e é apenas mais um expediente de compensação do complexo de inferioridade que infecta o país e as suas elites.

No último post publicado a seguir à divulgação pelo European Patent Office (EPO) do Patent Index 2023 referi que os pedidos de patentes portuguesas em 2023 correspondem a percentagens ínfimas do número total de pedidos dos 39 países do IPO (0,38%) e do número total de países (0,17%) e o rácio de 33,9 patentes por milhão de habitantes colocam-nos no terceiro lugar a contar do fim do ranking dos países que apresentaram pedidos de patentes ao EPO.


O diagrama acima do mais liberdade com os dados do Global Innovation Index 2023 confirma as conclusões que retirei a partir do Patent Index 2023. Deveríamos dedicar pelo menos uma parcela das masturbações delirantes como «Portugal triplicou o número de pedidos de patentes europeias numa década» ou  «Portugal volta a bater recorde de pedidos de patentes» a uma análise crítica e racional das causas e das possíveis soluções.

26/04/2024

DIÁRIO DE BORDO: Elegeram-no? Então aguentem outros cinco anos de TV Marcelo (21) - Vindo dele, pior é difícil, mas sempre possível

Então aguentem outros cinco anos, uma espécie de sequência indesejada da série Outras preces (não escutadas).

Só quando me enviaram o vídeo de ontem do Canal A Cor do Dinheiro de Camilo Lourenço me dei conta de que poucos dias depois de ter insinuado propósitos políticos à PGR, o Dr. Marcelo meteu no mesmo saco da conversa com os correspondentes estrangeiros o caso das gémeas e do seu filho, juízos pessoais sobre o Dr. Costa e o Dr. Montenegro, a escravatura, os crimes coloniais e as suas indemnizações aos descendentes das vítimas. Só há uma justificação que se poderia considerar aceitável: demência senil.


Para mim não deixou de ser porque nunca foi o meu presidente, pelas razões que venho explicando há oito anos. Os dois mandatos do Dr. Marcelo tornam um exemplo de dignidade e decência os mandatos dos seus homólogos durante o Estado Novo, generais Carmona e Craveiro Lopes e almirante Américo Thomaz.